Comecei e recomecei milhões de vezes um texto que pudesse encorajar a mim mesma toda vez que o pensamento - isso não vai dar em nada – tomasse conta de mim. Depois de incontáveis escreve e apaga não cheguei a nenhuma certeza excepcional, apenas a convicção de que existem coisas que só eu posso fazer por mim. Não importa o que, não importa em que fase da vida, determinados passos só poderão ser dados por mim, afinal, só eu sei o quanto quero a chegada.
Eu não imaginava que começar planejar a maternidade fosse criar um rebuliço tão grande dentro de mim. Questionamentos? Vários. Respostas? Quase nenhuma. É um sem fim de dúvidas e reflexões naturais e muitas outras que criamos e que não produzem nada além de ansiedade e auto cobrança.
Um brinde à inquietude.
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Dani e o filho Lucas - Foto: Arquivo pessoal |
Seis em cada dez mulheres não conseguem retornar ao mercado de trabalho após a chegada do primeiro filho. Esse dado impressionou Danieli Junco, mãe e empreendedora paulista de 36 anos. Formada em farmácia, Dani sempre atuou em marketing e se especializou nisso. Começou na indústria farmacêutica e, hoje, tem sua própria agência.
Ao fazer parte do programa global promovido pela Fundação Getúlio Vargas, que proporciona educação em administração e gestão de negócios a mulheres empreendedoras, o 10000 mulheres, Dani pode conhecer de perto as dificuldades que mulheres mães enfrentavam para ter e manter seus próprios negócios. Nesse programa, além da proximidade com outras mulheres empreendedoras, Dani Junco começou a sentir na pele as delícias e desafios da maternidade. Assim que ingressou, ela descobriu que estava grávida de seu filho Lucas, hoje com 1 anos e 8 meses.
Enquanto Lucas se desenvolvia em sua barriga, aumentava também a necessidade de um propósito maior em sua carreira. “Em um determinado momento eu percebi que eu só estava trabalhando e ganhando dinheiro. Eu precisava devolver algo para o mundo”, conta. “À medida que minha barriga crescia, eu percebia que precisava de propósito, precisava de algo que fosse maior do que eu mesma”.
E em busca desse propósito, nasceu a B2Mamy, um grupo organizado por seis mulheres profissionais de diferentes áreas, dedicadas a apoiar mães na jornada rumo ao empreendedorismo. “Acreditamos que uma mãe pode encontrar um caminho de equilíbrio entre sucesso profissional e participação ativa na educação e criação dos filhos e é para isto que trabalhamos”, explica Dani.
Com o objetivo de tornar real esse equilíbrio, o B2Mamy promove eventos que disseminam informações essenciais para empreendedoras a fim de nortear as ações estratégicas do pequeno negócio. “Quando não temos filhos, já é bem difícil a gente trabalhar com algo que não gostamos e não acreditamos. Quando nos tornamos mães, cada segundo longe dos nossos filhos tem que fazer muito sentido”.
Hoje, a B2Mamy busca ajudar mães que enfrentaram o desafio de retornar ao mercado de trabalho. “Ao terminar o período de licença maternidade, as dúvidas surgem: com quem eu vou deixar o bebê? Mas, será que estou pronta para voltar? Será que eu quero voltar aos mesmos moldes de trabalho de antes? Por isso estamos propondo essa discussão, para ajudá-las a encontrar as suas próprias respostas”, explica Dani em declaração ao site E-Commerce News.
Dani Junco acredita que a cultura mother friendly - que é basicamente quando a empresa promove políticas internas de apoio à rotina materna – ainda está engatinhado no Brasil. “Apesar de ser otimista, acho que estamos distantes de ter, no Brasil, empresas mais amigáveis às profissionais que são mães. Acho que para a maioria das empresas a mãe ainda é um peso. Na verdade, os empregados são um peso para a maioria das organizações. As empresas ainda não sabem extrair o que existe de melhor em seus funcionários”, pontua.
Ao enfrentar essa dificuldade de apoio no mercado de trabalho, e até preconceito em alguns casos, muitas mulheres pensam em ter seu negócio próprio assim que se tornam mães ou quando ainda estão planejando a gestação. Quanto a isso, Dani alerta: “Empreender não é fácil e, muitas vezes, exige um DNA comportamental”. Segundo a paulista, muitas empresas quebram por falta de conhecimento e preparo. “Se você quiser surfar, você tem que perguntar a um surfista como se pega onda e não para quem está pegando sol”, compara.
A idealizadora da B2Mamy ainda destaca a importância de se ter redes de relacionamento. “Sozinha não dá. Estude, una-se com quem possa agregar e apoie-se. Mas é claro, a gente só aprende fazendo".
Dani Junco acredita que a cultura mother friendly - que é basicamente quando a empresa promove políticas internas de apoio à rotina materna – ainda está engatinhado no Brasil. “Apesar de ser otimista, acho que estamos distantes de ter, no Brasil, empresas mais amigáveis às profissionais que são mães. Acho que para a maioria das empresas a mãe ainda é um peso. Na verdade, os empregados são um peso para a maioria das organizações. As empresas ainda não sabem extrair o que existe de melhor em seus funcionários”, pontua.
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Ministrando um workshop em São Paulo |
A idealizadora da B2Mamy ainda destaca a importância de se ter redes de relacionamento. “Sozinha não dá. Estude, una-se com quem possa agregar e apoie-se. Mas é claro, a gente só aprende fazendo".
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Será uma noite linda, cheia de troca, ideias e muito network! Vai ser lindo!
Local: Caxias - RJ
Horário: 19h30 às 21h30
Investimento: Gratuito
Descomplicada e perfeitinha, Ana Nasily, 28 anos, é casada há 12 e mãe de três crianças. A mineira-capixaba nasceu em Teófilo Otoni, Minas Gerais, mas cresceu em Vitória, no Espírito Santo. Ela é conhecida por levar a vida de maneira descontraída, leve e autêntica e por expor isso em alguns canais na internet.
Apesar de hoje estar mais atuante no instagram, a história da Ana na web começa há mais ou menos cinco anos com um blog. Criado sem pretensão, o blog Mamãe de 3 começou a crescer rapidamente e isso, na época, assustou a blogueira, fazendo com que ela excluísse o blog pouco tempo depois. Passado alguns anos, Ana retornou o cenário virtual e, dessa vez, também no instagram como @donadecasareal, que em pouco tempo já conquistaria um grande número de seguidores.
Mas, foi com o @mamaetapirando que a Ana se tornou conhecida dentro do universo de mães e donas de casa na internet. No blog e no ig (instagram), a mineira contava como era sua rotina de mãe de três crianças pequenas, com o marido trabalhando embarcado e sem qualquer ajuda de parentes que, na época, moravam distante.
Vivendo uma fase mais tranquila e descomplicando ainda mais a vida, o antigo @mamaetapirando deu lugar ao atual @mulheremprimeirolugar. “Muitas pessoas interpretavam errado o nome Mamãe tá pirando, associavam isso à loucura e não captavam exatamente o sentido. Além disso, agora, percebo que a maternidade não é mais exclusividade na minha vida. Antes de ser mãe, eu sou mulher”.
Maternidade integral X Carreira
Segundo a blogueira, hoje, ela vive um momento narcisista, mas nem sempre foi assim. Ana foi mãe aos 16 anos, quando era noiva do seu esposo, Gustavo, e isso fez com que os planos de carreira e estudos fossem adiados. “Eu não optei em ser mãe integral, simplesmente aconteceu. Larguei os estudos para ficar com o Samuel, cinco anos depois tive minha filha, Elisa e, 1 e 4 meses depois tive o Isaac. A maternidade simplesmente aconteceu para mim, ela foi meio que empurrada e eu recebi de muito bom grado”.
Mesmo se dedicando integralmente aos filhos, a mamãe blogueira não encara a maternidade como profissão. “Para ter uma profissão a gente se preparara, a gente se capacita. Ninguém se capacita para ser mãe, no máximo nos planejamos para a gestação. A maternidade aflora a cada dia que passa. A partir do momento que temos um filho, vamos nos tornando mãe. Maternidade é emoção e não profissão”.
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Ana se divertindo com os três filhos, Samuel, Elisa e Isaac. Foto: Arquivo pessoal |
Hoje, cabeleireira e massoterapeuta formada, Ana conta que terminou o ensino médio, quando Elisa era ainda bebê. “Fiz um curso profissionalizante de estética corporal e de cabeleireira. Minha família inteira é cabeleireira, minhas tias, minha mãe. Então, para mim, não fazia sentido optar por outra profissão, já que eu sempre fui envolvida nesse meio”.
Quando descobriu que estava grávida de seu filho mais novo, Isaac, Ana tinha um salão de beleza, mas não conseguiu dar continuidade com a empresa por conta da gestação e da rotina com duas crianças pequenas em casa. Há quatro meses, ela tentou retornar ao trabalho: “Por achar que as crianças já não dependiam tanto de mim, tentei voltar a trabalhar, mas não deu certo. Percebi que ainda não é o momento de retomar minha vida profissional, as crianças ainda dependem 110% de mim”, explica.
Sobre arrependimento, Ana é direta: “Em nenhum momento me arrependo em ter me dedicado exclusivamente aos meus filhos. Na época, eu não tinha opção de deixá-los com alguém, mas mesmo se tivesse, eu escolheria ficar em casa e cuidar deles. Isso não é sacrifício para mim”.
Vaidade
Mesmo sendo mãe e dona de casa em tempo integral, a blogueira sempre se preocupou em estar bem vestida, maquiada e de unhas feitas. Quem acompanha o instagram da Ana, sabe que seus looks e makes fazem muito sucesso. Segundo a blogueira, ela sempre foi vaidosa, mas nunca escrava da moda. “Moda não faz a minha cabeça. Eu compro as roupas que estão vendendo nas lojas, aí parece que sou ligada nisso”, comenta.
Cirurgia bariátrica
Aos 25 anos, por não conseguir emagrecer com outros métodos, Ana passou por uma cirurgia bariátrica e eliminou 48 quilos. Mais do que o emagrecimento, no caso da blogueira, a cirurgia proporcionou uma chance de viver. “Fazendo os exames pré-operatórios, eu descobri um pequeno tumor, que no momento não era maligno, mas precisaria ser retirado para que o quadro não evoluísse.”
Embora não tenha se arrependido da cirurgia, já que salvou sua vida, Ana chama atenção para as complicações pós-bariátrica: “Não é uma cirurgia que eu indico. A vida se complica um pouquinho. Minha imunidade é mais baixa, eu estou sempre anêmica e perdi um pouco da força que tinha, mesmo obesa”, alerta.
Parcerias
Ana era embaixadora de uma marca capixaba de produtos de limpeza. Mas, acabou de desfazer o negócio. “Isso não é muito a minha vibe. Não é o que quero para mim”, confessa. “Não sou blogueira para ser parceira de alguém. Eventualmente, ganho presentes e agradeço, marcando a loja na minha postagem. É basicamente isso”.
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Ana e a loira :) Foto:Arquivo pessoal |
Sobre ser inspiração e referência para tantas mulheres Ana desabafa: “Na maioria das vezes é um peso. Eu não sou a pessoa certa para ser inspiração de alguém. Eu queria ser o descanso, sabe? Gostaria que as pessoas olhassem para mim e dissessem - Ah, que bom que não sou a única que não sou perfeita!”, desabafa.
“Quero mostrar para as mulheres que elas não são as únicas que gritam com os filhos de vez em quando. Que não são as únicas que não querem faxinar a casa, às vezes. Que não são as únicas que gostam de uma cervejinha e um sertanejo. Isso é completamente normal. Ninguém vive numa casa perfeitinha, e eu também não.”
Se denominando a ralé das blogueiras, Ana dispara: “Na minha imperfeição, eu acabo sendo perfeita porque exponho minha imperfeição”.
E é expondo essas questões no instagram que Ana coleciona cada vez mais seguidoras. Muitas se perguntam como ela é capaz de se cuidar e fazer da rotina algo tão leve. “É claro que, no instagram, estão fragmentos do meu dia, mas é verdade que eu sempre tento levar tudo de maneira bem descontraída e leve, senão a gente pira de vez. Além disso, hoje meus filhos estão numa fase em que posso ter mais liberdade para cuidar um pouco mais de mim”, explica.
Para quem acha que três é demais, Ana e Gustavo ainda sonham com mais filhos. “Fiz a laqueadura por influência de pessoas, na época. Hoje vivo na esperança da minha cirurgia ter falhado. Na esperança de acordar passando mal e descobrir que estou grávida novamente”.
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Ana Nasily posando Foto: Arquivo pessoal |
Rapidinhas
O que a Ana diria para uma mãe de primeira viagem?
“Confia no teu taco, confia na sua intuição que vai dar certo!”
O que a Ana diria para uma mulher que ainda não tem filhos?
“Tenha! É incrível, é uma sensação muito louca. Um amor progressivo que cresce a cada dia que passa. É um amor que faz tudo valer a pena”.
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Fases fazem parte da vida de qualquer pessoa. Já me peguei
vivendo na expectativa das próximas fases que eu viveria, várias vezes.
Quando eu me formar
vou ser feliz.
Quando eu me casar vou
ser feliz.
Quando eu tiver um
filho, vou ser feliz.
Acho que ser feliz é mergulhar nas mais variadas fases que
vivemos. Eu decidi ser feliz hoje, com o que eu tenho e com o que eu não tenho.
Eu me permiti mergulhar nas águas que correm hoje na minha
vida, não sei quando vou poder sentir o frescor delas novamente.
Mergulhar tá liberado.
Às vezes, para tomar decisões, a gente não precisa saber o
que quer. Eu acho que, na verdade, eu nunca soube o que queria. Admiro muito as
mentes obstinadas, mas eu não tenho uma assim, pelo menos não até agora.
Talvez, saber o que
você não quer, já pode ser meio caminho andado para sair da inércia.
Dia desses fiz isso. Coloquei no bloco de notas tudo que eu
não quero para mim nos próximos 10 anos. Confesso que pensei que seria mais
fácil porque, ao me dar conta dessa lista, vi que, aparentemente, estou
caminhando a largos passos para me tornar alguém que eu não gostaria de ser.
Fiquei mal.
Dei o primeiro passo, surgiu o blog.
Dei o segundo, me aproximei de amigos.
Estou no terceiro, cuidando de mim.
Fiquei bem.
Conclui que se movimentar faz bem. E se movimentar em
direção de algo, é melhor ainda.
- Você não gosta de trabalhar, né?
- Gosto sim.
- Então, você não curtiu muito as faculdades que fez?
- Sim, curti muito.
- Então, por que raios você abriria mão da sua profissão
para se dedicar integralmente ao bebê?
Algumas pessoas me fazem essas perguntas, outras adorariam
fazer. Então, inauguro o meu blog explicando meus porquês, te deixando livre
para discordar de todos eles.
Acho que, antes de tudo, eu preciso explicar que ser mãe
integralmente não significa abrir mão da carreira. Pode ser que você apenas
mude a sua forma e estilo de exercer sua profissão, ou quem sabe, descobrir
novas maneiras de se sentir realizada profissionalmente.
O papel da mãe, ou da figura materna na vida de uma criança
é inquestionável e entendendo toda essa influência, me incomoda muito a ideia
de terceirizar essa função. A minha função. A partir daí, vivo buscando
possibilidades que me permitam isso, capitche?
Não sei no que vai dar, mas, quem saberia?
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